O primeiro beijo é inesquecível

Quem não se lembra do primeiro beijo? Acho difícil não lembrar, pois realmente é inesquecível porque foi bom demais ou por ter sido uma catástrofe. Se perguntarmos veremos que cada um tem uma história e todo um sentimento em relação ao primeiro e tão sonhado beijo na boca. Lembro do meu. Foi algo muito inusitado e confesso que eu esperei por aquele momento como se espera pela melhor notícia do mundo. O meu primo já havia experimentado essa maravilha e contava para mim e meu irmão todo empolgado como tudo tinha acontecido. Eu fiquei louco pra beijar também e comecei a atirar minhas flechas. Meu primo disse que era só encostar a boca nos lábios da menina e enfiar a língua lá dentro. Eu não conseguia imaginar direito como seria, mas tratei logo de dar o meu bote.
Na nossa rua morava uma menina, mais velha do que eu, a qual tinha iniciado meu primo na arte de beijar. Lá fui eu. Marcamos um encontro atrás da Igreja. Aquele dia demorou a passar e quando a noite chegou lá foi o D. Juan de primeira viagem. A minha língua dava mil voltas em minha boca, era uma espécie de ensaio. E quando chegou o momento tão esperado, fiz exatamente como me mandaram fazer. Colei minha boca nos lábios dela e quando a jovem (não tão jovem) sugou minha língua eu fiquei louco. Os neurônios estavam saltitando, os nervos bambos, as mãos frias, aquela sensação angustiante e ao mesmo tempo prazerosa. Pronto! Consegui! Pensei. E agora o que deveria falar? Ou deveria só beijar, beijar... Fiquei sem ar. Foi uma experiência e tanto, e eu estava aflito para contar ao meu irmão e ao meu primo como foi. Era como exibir um troféu. Agora sim, eu estava pronto, não era mais um menino, eu já sabia beijar na boca.
Fui embora pra casa e meu sorriso mostrava toda minha euforia. Queria falar pra todo mundo, queria sair pulando pela rua.

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