Vaso sanitário público: sentar ou não? Eis a questão

Semana passada, eu estava em uma reunião de amigos e entre vários assuntos acabamos discutindo sobre vasos sanitários. Uns diziam que preferiam aqueles mais profundos, pois assim não corria o risco de encostar os órgãos genitais na louça. Aqueles que não têm um amortecedor de caca (aquela parte elevada na parte de trás, logo acima da piscininha onde os pilotos da sua aeronave pulam de cabeça) foram rejeitados, pois ninguém gosta de sair com o traseiro molhado. Bate na água e o resto todo mundo já sabe. E o assunto rendeu regado a algumas cervejas. Um dos presentes, que fala um pouco alto, perguntou quem tinha coragem de sentar no trono de banheiro público. O assunto esticou ainda mais.

Uns disseram que forravam papel higiênico nas bordas do vaso, outros diziam que ficavam de cócoras. Os mais controlados disseram que conseguiam segurar e fazer em casa. Mas lembro-me certa vez de um episódio que aconteceu comigo. Estava numa rodoviária. Senti algo estranho, um processo de centrifugação dentro de mim. Tentei segurar, mas tive que correr para o temível sanitário. Forrar? Não deu tempo. Aquele vulcão despertou num segundo e a lava saiu inundando tudo pela frente. A fumaça subiu pelos ares levando aquele odor de podridão que derrubava até urubu.

Saí depois como se nada tivesse acontecido. Alguns olhares indiscretos para mim, mas pensei: vocês também fazem isso, pois não são desprovidos de... Ah deixa pra lá, não cabe dizer aqui, mas sei que entendem.

Na verdade, nas horas de aperto o cidadão não quer nem saber se o sanitário é público ou não, quer é encontrar um lugar para esvaziar-se de si mesmo e respirar sossegado. Se vai agachar em cima do trono (o que não é aconselhável, pois pode se quebrar e ferir gravemente a pessoa) se vai forrar com papel ou se vai sentar na louça fria não importa. O que ele quer é passar o fax e relaxar depois.

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