Brincadeiras que o tempo escondeu


Ao ver meus filhos brincarem percebo que muitas brincadeiras do meu tempo de criança já não existem mais.  Onde foi parar o famoso PIQUE BANDEIRA?  Como era divertido e excitante! Nós fazíamos de tudo para roubar a bandeira do adversário e muitas vezes dava certa confusão, mas no final era só risos. Tinha também MAMÃE NA RUA onde a gente atravessa a rua pulando com uma perna só e não podíamos ser alcançados pela pessoa que era responsável para nos pegar. De vez em quando alguns joelhos saiam no prejuízo, mas era muito boa a brincadeira. E o PIQUE AJUDA, ESTÁTUA, DETETIVE... Quantas brincadeiras que o tempo apagou. Eram simples e fazia com que as crianças se interagissem com as outras e não importava raça, classe social, nesta hora tudo se misturava para brincar. BOLA DE GUDE ou BIROSCA ou BOLEBA de acordo com a região. Confesso que nunca fui bom nisso, mas era espetacular. Hoje ainda vejo alguns meninos brincando disso, como ainda tem algumas meninas que se arriscam na AMARELINHA.
Tinha também uma brincadeira, mais para os rapazes e moças, e geralmente jogavam suas flechas na tentativa de encontrar seu par. Fazia uma roda de homens e mulheres e uma pessoa ficava no meio com um chapéu na mão. E cantava assim: fui na Bahia buscar meu chapéu, azul da cor do céu, não é meu não é de ninguém, só é do (a) moreno (a) que eu quero bem. E em seguida a pessoa colocava o chapéu na cabeça de uma pessoa da roda e este ia para o centro e recomeçava a cantiga. Muitos namoros começavam ali. Tinha uma tal de TRÊS SOLTEIROS A PASSEAR também que  era mais ou menos do mesmo tipo, só que ficavam três pessoas ao centro e à medida que cantavam uma música eles escolhiam seus pares e davam uma volta juntos depois tomavam o lugar daqueles a quem haviam escolhido e a brincadeira prosseguia. Tinha também o SALADA DE FRUTAS. Quem não se lembra?
Tempos bons onde reinava a pureza e a paz. As brincadeiras eram sadias e envolviam as pessoas, tinha a troca de sentimentos, o aperto de mão, o toque, o calor humano, coisa que o mundo moderno vem banindo do nosso meio e estamos cedendo facilmente. Não quero ser nostálgico com este artigo, quero apenas mostrar como éramos felizes mesmo sem ter internet, telefone, luz elétrica... Tínhamos mais que isso: paz, sossego, amor, respeito, segurança...

Um comentário:

Patrésio Camilo disse...

e o mais legal, era que criança era criança...