Do diário de Jaqueline


            Segunda-feira, 19 de setembro de 2011.         

A primeira coisa que fiz foi apagar o nome dele do meu celular, apaguei também as mensagens, tanto as que recebi daquele cachorro como as que enviei para aquele canalha. Depois eu o deletei de todas as minhas redes sociais. Eu teclava com tanto ódio que via a hora de quebrar o teclado. Idiota! Estúpido! Mudei o meu perfil para SOLTEIRA, apaguei todas as fotos dele, até aquela que eu mais gostava: uma que ele estava de chapéu de palha com uma calça surrada, rasgada bem nas suas coxas grossas, e o seu tórax (ah! Que tórax!) estava todo nu.           
            Até os amigos dele eu exclui dos meus contatos de e-mail. Não quero nada que me lembre aquele patife! Como pode fazer isso comigo? Eu tenho vontade de plantar a mão na cara dele, mas... Passei horas reorganizando meu Orkut, meu Facebook e minhas contas de e-mail. Ainda bem que não fiz a tatuagem com o nome dele no meu braço direito! Nossa! Ele insistiu tanto pra eu fazer, parece até que eu estava adivinhando. Na verdade não fiz por dois motivos: meus pais não deixaram e mais ainda porque tenho pavor de agulhas. Meus pais eu até enfrentaria por aquele imbecil. Ai que ódio de mim! Como fui burra! Como pude acreditar nele! Tenho vontade de bater a cabeça em um muro...
            Joguei a aliança de compromisso bem na cara daqueles dois sem vergonhas. Ela ficou com aquela cara de “o que tá acontecendo?” e ele com aquela frase pronta na cabeça: “não é nada disso que você está pensando”, mas eu não o deixei pronunciar, porque é isso que todos dizem nesta hora. Você o encontra aos beijos e amassos com outra e ele tem a cara de pau de dizer que pode explicar. Também não derramei uma lágrima na frente daquele pilantra, mas molhei meu travesseiro todinho.
            No outro dia ele me ligou dizendo que queria conversar. Tive vontade de mandá-lo para o quinto dos infernos, mas fiquei com pena dos diabos. Desliguei na cara dele sem lhe dar resposta, mas no fundo eu gostaria de ouvi-lo mesmo sabendo que poderia ser uma grande mentira.
            Terminei a faxina. Nada mais dele restou. Presentes, roupas, perfumes, contatos... Apaguei tudo... tudo mesmo. Passei a escrever hospital com a letra “O” só pra não lembrar as iniciais de Hugo, aquele traíra. Minhas amigas dizem que eu acabarei voltando pra ele, mas confesso que não me imagino reescrevendo tudo novamente depois de passar horas só deletando. Nem morta! Ponto final mesmo.

Um comentário:

Grazi disse...

kkkkkkkkkkkkkkkkkk... Juarez, vc estava mto inspirado qnd escreveu e qnd me dedicou, será pq? Obrigada amigo poeta... Que Deus o abençoe!
Abração...