- Não estou agüentando mais
papai! Já faz dias que perambulamos por estas ruas e não encontramos o tal
mercado. Estou com fome, querendo um lugar macio pra dormir...
-
Eu sei Letícia, mas está difícil, minha filha. Venha comigo!
Ela
o seguiu. Entraram numa lanchonete e retornaram rápidos, encharcados. Uma das
garçonetes estava lavando o estabelecimento e derramou um balde d’água sobre
eles.
Ficaram
sob o sol um pouco e logo depois prosseguiram a caminhada. A mãe seguiu ao lado
de Kaio, o filho mais velho; enquanto Patrick, o filho do meio, foi ao lado do
pai também.
Ninguém
notava a presença daquela família. Até mesmo a garçonete. Jogou água sobre eles
por ignorância. Sentiam-se desprezados e viam a morte a cada instante. Não
tinham onde morar, foram obrigados a abandonar o lar por causa de uma madame
que queria matá-los, como fez com os demais vizinhos, os quais foram covardemente
assassinados. Sem escolha partiram pra rua e deixaram tudo pra trás.
Sem
dinheiro, sem emprego procuravam um lugar seguro para se estabelecerem, mas
cada dia que passava tudo se tornava mais difícil e a alimentação era
complicada e muito arriscada, sempre correndo riscos.
De
repente avistaram o tal mercado. Seguiram aflitos. Com certeza ali encontrariam
algo para se alimentar. As pessoas se espremiam naquele local, era preciso
tomar cuidado para não se perderem. Passaram perto de uma floricultura, depois
avistaram uma lanchonete e inúmeras pessoas em pé ao redor do balcão.
-
É agora! – Disse Harold – Cada um escolhe uma pessoa, mas tomem cuidado com a
gula!
Quando
partiram para o ataque ouviram um cachorro latir. Pararam instintivamente.
Entreolharam-se sorridentes.
-
Uma luz no fim do túnel – Kaio.
Seguiram
em direção ao latido.
-
Lá está ele preso em umas correntes! – disse Beatrice.
Os
cinco pararam diante daquele animal e não contiveram a emoção.
-
Eu não disse que encontraríamos um novo lar? – disse Harold – esperem aqui, vou
verificar se não há remédios contra nós em seu corpo.
Minutos
depois ele retornou e disse:
-
Liberado! Venham!
Então
a mãe Beatrice e os três filhos pularam sobre o cachorro e ali viveram felizes
até ele ser vendido pra outra madame.
2 comentários:
Tá só melhorando heim... rsrs
Olá Juarez !
Passando para agradecer a sua visita em meu Blog
e também para conhecer o seu...
Gostei muito do seu conto acima !
Somente no final que entendi quem realmente eles eram... muito bom mesmo ! Meus Parabéns !
Abraço
http://www.historiasdoandrevicttor.blogspot.com
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