O Começo de tudo.
Valquíria estava sentada na
calçada, com os sapatos nas mãos. Ao avistar o carro de seu pai se aproximando,
levantou-se e despediu de suas amigas, agradecendo pela festa surpresa.
__ A festa foi boa? – Indagou seu
pai assim que ela entrou no automóvel.
Ele estava com um bafo de cachaça, mas ela já estava acostumada com aquilo.
Ele estava com um bafo de cachaça, mas ela já estava acostumada com aquilo.
__ Ótima. Quero ver o que o
senhor vai me dar, daqui a dois anos, quando eu fizer quinze.
Ele a olhou de um jeito estranho.
__ Eu vou dar a você um presente
especial. É uma surpresa. Mas antes tome esse remédio. Ele lhe fará dormir bem
melhor depois dessa noite agitada que teve.
Parou o carro e lhe deu um sedativo.
Parou o carro e lhe deu um sedativo.
Horas mais tarde, chegaram a
casa, e ele virando-se para sua esposa, disse:
__ Demorei?
Valquíria soltou-se de suas mãos ainda meio tonta e foi para o seu quarto. Entrou no banheiro, ligou o chuveiro e se lavou várias
vezes. As lágrimas misturavam-se com a água. Depois se atirou em sua cama e
apagou entre soluços e a dor. Sentia-se perdida. Sentia-se roubada. O que mais
lhe restava?
Sob ameaças aquele horror se repetiu
inúmeras vezes.
Valquíria sentia-se morta e
procurava uma maneira de se livrar de seu assassino.
E encontrou.
Quando completou quinze anos
ganhou uma grandiosa festa do seu pai. Do jeito que sempre imaginou, mas só ela
sabia que nada mais significava. Minutos antes de dançar a valsa, ela
aproximou-se do pai e o beijou na face. Depois lhe deu uma bala. Ele a colocou
na boca imediatamente, sem imaginar que ali dentro estava um veneno mortal. Ela
sorriu e falou ao pé do seu ouvido:
__ É pra tirar esse seu bafo de
cachaça. Busque o meu sapato pra dançar a valsa. Eu esqueci em casa.
Antes dele se retirar, ela deu
outro beijo no rosto dele e falou:
__ Não demore! Ah! Obrigado pela
festa, papai! E tome cuidado ao dirigir...
Ele saiu rapidamente. Entrou no
carro e acelerou. Suas vistas se escureceram. Perdeu o controle e se chocou
contra uma carreta que transportava madeiras.
A colisão foi tão forte que o decapitou.
***
Depois do velório do seu pai, ela
foi para o seu quarto e ligou o computador. Começou a bater papo.
__ Qual o seu nome?
Ela ficou pensativa, depois
disse:
__ Meu nome? Meu nome é Juliana.
Um comentário:
Horripilante! Li rapidamente e dá medo cada episódio!
Postar um comentário