Chovia forte. Relâmpagos coloriam
o céu. Dentro de uma capa preta com capuz Valquíria seguia a passos firmes a
mais um encontro. Desta vez encontraria com Júnior. Estava ansiosa e vez ou
outra atolava o pé numa poça d’água. Aproximou-se de uma marquise onde sua
presa a aguardava.
__
Júnior? Eu sou Vanessa – disse agarrando-o vorazmente e lambendo-lhe como uma
gata o seu rosto.
O
rapaz afastou-se retraído.
Valquíria
sorriu, segurou em sua mão e o puxou em direção ao seu carro que estava
estacionado a algumas quadras dali.
Júnior hesitou um pouco por causa da chuva, mas ela o acolheu debaixo de
sua capa e os dois seguiram rindo.
Antes
de entrar no carro, o celular de Júnior tocou.
__
Atende não! – disse ela beijando-o voluptuosa.
Ele
enfiou a mão no bolso. Atendeu o celular rapidamente, mesmo com as investidas
de Valquíria. Antes de desligar disse: “No lugar de sempre”
__
Pronto, gatinha! Vamos! Vou até desligar este celular para não sermos
incomodados.
Agarrou-a
junto a si e a beijou loucamente, deixando-a tonta. Tomou as chaves em suas
mãos.
__
Vou te levar para um lugar excepcional! Você jamais esquecerá – disse girando a
chave na ignição.
Ela
apenas sorriu.
A
chuva já havia diminuído. Pararam nos arredores de uma escola que ficava
afastada da cidade, debaixo de umas árvores centenárias. Valquíria pegou sua
bolsa e saiu do carro. Júnior a agarrou sedento de prazer e começou a
acariciá-la, atirando suas roupas ao chão.
Desta vez foi ela quem pediu calma, mas não foi atendida. Tentou
esquivar-se de suas mãos afoitas, mas ele a segurou com força.
__
Solta-me! Eu preciso fazer xixi.
__
Rapidinho, hein.
Ela
afastou-se e se agachou atrás do carro. Abriu sua bolsa e pegou uma seringa com
sedativo. Voltou até ele com um sorriso nos lábios, as mãos para trás.
__
O que tem aí nas mãos? Posso adivinhar?
__
Você verá, meu bem.
Abraçou-o
e o beijou mordendo-lhe os lábios. Ouviu-se um grito de dor. Ele a empurrou pra
longe e cambaleante caiu sobre a lama. Ela olhou para os lados e rapidamente
foi até o carro, pegou o facão para completar o serviço, mas um farol
cegou-lhe. Estática ficou por uns segundos. O carro parou próximo a ela e dele
desceram cinco rapazes.
__
O que você fez com Júnior, sua vaca? – indagou um dos rapazes, partindo para o
ataque. Foi golpeado no braço. Os outros tentaram imobilizá-la. Um deles foi
degolado, o outro teve um corte na perna esquerda, o mais novo deles correu
pelo mato e ligou para a polícia.
Alucinada
ela partiu pra cima de Júnior, mas um dos rapazes a segurou por trás impedindo
o golpe certeiro no pescoço dele. Ela deu golpes pra todos os lados, mas não
conseguiu acertar mais ninguém. Mordeu as mãos do rapaz fazendo-o soltá-la. Virou-se
para ele e disse:
__
Gesto bonito. Agora vai você no lugar dele, seu cretino!
Foi
impedida pela polícia que chegou acertando-lhe um tiro nas pernas.
Voltou
a chover torrencialmente enquanto algemavam a assassina e recolhiam o corpo. O
sangue desceu junto com a enxurrada e o terror ficou na mente daqueles jovens.
Nenhum comentário:
Postar um comentário