Pai desconfiado


- Meu filho eu quero lhe fazer uma pergunta.
- Pode fazer.
- Não me leve a mal, mas...
- Faça.
- Por que você não procura mulheres?
- Está me vigiando?
- Não. Claro que não... É que só vejo você indo atrás de homens...
- Quer saber por quê?
- Tenho medo da resposta.
- O quê?
- Nada.
- Acho as mulheres perigosas demais. Não quero correr o risco.
- Como assim, perigosas? Todos são...
- Não. As mulheres são sensíveis demais e já vi muitos colegas morrerem em suas mãos. Elas sentem rápido, os homens são mais durões...
- Mas os homens são cheios de pelos...
- Você está um pouco atrasado. Os homens de hoje são lisinhos, depilam... A pele chega brilhar. Quando vejo não resisto, minha tromba chega latejar...
- Mas as mulheres tem a pele mais macia.
- É que sua tromba já está velha.
- Olha o respeito!
- Brincadeira papi.
- Papi não, por favor! Tudo. Menos papi.
- É que engoli o “a”.
- Tem outra coisa. A sua professora me disse que você não se mistura com os colegas.
- E daí se gosto mais das colegas? Elas tem o mesmo gosto que o meu. Também preferem os homens.
- Preste atenção meu filho. Estou preocupado com você.
- Por que papai?
- Tenho medo que você seja...
- Tem medo de que eu seja o quê?
- Você sabe... É que você é diferente dos outros colegas.
- O senhor está dizendo isso só porque nunca chupei uma mulher?
- Claro que não.
- É sim pai, mas o que importa é que saio satisfeito. Vai me dizer que nunca deu um chupão num homem?
- Claro que já, mas...
- Mas o quê? Acho que o senhor está influenciado demais pela televisão.
- Como assim?
- Preste atenção pai. Isso não tem nada a ver. Nós precisamos saciar nossos apetites, não precisamos? Então? Que diferença faz se é com animais, com homem, mulher?
- Onde foi que errei?
- E digo mais. Tenho uma preferência por adolescentes...
- Pedofilia é crime!
- Papai em que mundo você está?
- Meu filho você é um pervertido...
- Pervertido? Esse termo não existe em nosso meio.
- Você é homossexual e não quer admitir.
- Agora é homoafetivo que se diz pai...
- Por que não assume?
- Porque acho que o senhor ainda não se deu conta que eu sou um pernilongo e não um menino.
- Mas seus hábitos...
- Papai vamos dar uma volta, o senhor está convivendo demais com os humanos. Eles é que tem dessas coisas, nós não.  
- Não estou entendendo mais nada.
- Eu já falei para o senhor parar de ficar vendo televisão, lendo jornais, revistas... O senhor está pirando.
- Pirando? Será que estou caducando?
- Puxa vida! Como o senhor se humanizou!
- Hã?
- Esquece os hábitos dos humanos pai. Eles só servem para nos alimentar, mais nada. Vem comigo, vamos chupar cabras.
                                                                                                                                             

11 comentários:

Anônimo disse...

kkkkkkkkkkk olha juarez pensei que fosse outra coisaaaaa,rssrsrsr .adorei o texto ,parabens,adoro ler ainda mais sabendo que e um texto de um conterraneo.

Juarez Ferreira Ribeiro disse...

Obrigado pela leitura. Pode se identificar se quiser. Um abraço.

Thiago Menezes disse...

kkkkk...vc e foda....vei eu tava achando que o garoto era garota...kkk..muito legallllllll..demais machado de assis..

Inezteves disse...

Você está com uma veia humorística e tanto!

Sirlene Rosa disse...

Um belíssimo enredo, Juarez...
Nos prende do começo ao fim!
Jamais eu imaginei que um pernilongo seria um protagonista tão perfeito!!
Parabéns, pelo sempre talento!!
Um abraço e sucesso sempre!

gabriel disse...

kkkkkkkkkkkkkkkkk...Esse foi massa. indo por este lado vai ter sucessoo..hehe

ariane kelly disse...

kkkk ótimo Juarez rsrs

maria disse...

Amei fiquei muito curiosa com o final ... Muito legal mesmo.Parabéns

Juarez Ferreira Ribeiro disse...

Valeu Gabriel. Agradeço muito seu apoio.

Juarez Ferreira Ribeiro disse...

Obrigado Ariane. Até hoje quando eu leio, eu fico imaginando de onde tirei tanta imaginação. kkkkkkkkkkk

Juarez Ferreira Ribeiro disse...

Valeu Maria pela leitura. Volte sempre.