A dor da mãe

Sinto a lança atravessar minh´alma
e rasgar lentamente minhas entranhas
ao ver meu filho padecer
Mas o amor me mantém de pé

Sinto a face banhar-se de lágrimas
Sinto o coração armazenar meus gritos
E o silêncio pairar em meus lábios

Nada peço, nada imploro
Aceito a vontade do meu Deus
Ferida estou
Mas não abandono meu filho
E o meu olhar lhe da forças

Sinto a carne tremer
Parece que não vou aguentar
Mas o amor me mantém de pé

Em meus braços eu o seguro
O sangue banha minhas roupas
Eu o cubro de beijos
e nossos olhares se cruzam
Há uma troca de amor inabalável

Sinto os cravos perpassarem meus ossos
Mas permaneço até o fim
Sinto o gosto do vinagre em minha boca
e na alma o gosto da vitória:
- O meu filho venceu o mundo!
Ele ressuscitou no terceiro dia!

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