Hoje aconteceram alguns fatos que me fizeram analisar o ser
humano. Eu sempre defendi esta espécie, sempre defendi uma amizade sincera,
embora muitos não acreditam mais nisso, acham que é ilusão, ninguém é amigo de
ninguém e por aí afora. Mas hoje pude constatar mais uma vez, e tive que
admitir o que não conseguia fazer antes, que o ser humano muitas vezes usa diversas
máscaras. Hoje tive que aceitar que sou rodeado de mascarados, parece que estou
num baile a fantasia. Será que estou sonhando?
Há muito tempo tenho
percebido que a moral, o caráter e autenticidade já não importam mais para a
maioria das pessoas, mas até então acreditava que isso fosse fase da vida, que
com o passar dos dias, dos anos elas mudariam, voltariam ao que eram, pessoas
sinceras, maduras, responsáveis... Eu
sempre acreditei, mesmo nos inacreditáveis, mesmo naqueles que mal conhecia,
não sei se por tolice, ou por um desejo secreto de acertar em minhas
convicções. Talvez fosse por um forte desejo de acertar. Sim! Por esta pessoa
eu coloco a mão no fogo! Minhas mãos têm
muitas marcas, o coração nem se fala; a vida me ensinou há muito tempo alguns
truques, alguns segredos, mas não quis colocá-los em prática. A emoção sempre falou
mais alto que a razão, que o bom senso talvez; a paixão acabou vencendo. A
paixão pelas pessoas, paixão pela amizade sincera, por pessoas verdadeiras,
sonhos... sonhos...
Mas afinal o que
aconteceu para eu reconhecer que infelizmente aquela velha frase tem sentido e
hoje se faz verdadeira para mim: “as pessoas não são confiáveis”? Em um grupo
de umas sete pessoas, umas reivindicavam seus direitos, achavam-se injustiçadas
pela maneira de agir das outras e vez ou outra comentavam comigo a situação, e
acabei entendendo o sistema, porém não era intenção de ninguém prejudicar o
outro, era apenas o sistema do departamento. Então propus uma reunião para
resolvermos o impasse. Na hora de cada uma falar o que sentia, o que deveria
mudar, ou o que propunha para que todos se sentissem confortáveis, a boca se
fechou e quando abriu, a frase que saiu foi diferente do que falavam pelos
corredores. Medo? Insegurança? Covardia? Não posso julgar isso, mas posso
afirmar que faltou autenticidade e sinceridade. Pensei: “Será que não entendi o
que me falaram ou são medíocres demais para assumirem suas idéias? O que será que se passa na cabeça deles?”.
Fui embora pensativo. A
que ponto pode chegar o ser humano? Como podem mudar a opinião em apenas
segundos? Como podem negar seus pensamentos, suas idéias e elogiar o que antes
criticavam? Não era intenção ferir nem usurpar nem delegar poder. A intenção
era apenas unir forças, somar, criar uma situação de conforto, de bem estar
mesmo, era crescer, mas vejo que com tal comportamento estarão fadados ao
aniquilamento, ao ostracismo. Que pena!
Valeu a experiência.
Mais uma vez acreditei. Não estou decepcionado. Já aprendi não esperar nada das
pessoas, assim não há como sofrer por algo não recebido, mas é uma vida triste
a vida de quem não acredita mais nas pessoas. Relutei muito e mesmo com tantas
evidências, continuo relutando, porque prefiro viver na alegria e na esperança
de um dia ver o baile acabar.
2 comentários:
é Juarez, a vida é assim feita de expectativas, de esperança. Apesar das coisas que nos acontecem no nosso dia-a-dia, não podemos perder essas caracteristicas, porque se não a vida ficará sem sentido para nós. Como podemos viver sem sempre esperar o melhor das pessoas? Não há como. E eu acredito como você, que esse baile um dia acaba...
Parabéns! Você é um escritor de alma na realidade!
Abraços
Apesar das decepções que as vezes temos, não podemos deixar esse sonho pra trás, as pessoas precisam de sonhadores assim, que continuaram acreditando nos seres humanos e procurando fazer algo que mude essa trajetória, construindo uma ponte, um a um e motivando pessoas a serem melhores, que vivam melhores, que sejam mais felizes. As atitudes são os espelhos de algo bem pior que ainda não foi revelado. "Não perca a esperança."
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